REI DO GADO
(Roberto Carlos, Sérgio Reis e Almir Sater)
Num bar de Ribeirão Preto eu vi com meus olhos essa passagem
Quando champagne corria à rodo nas altas rodas da granfinagem
Nisso chegou um peão trazendo na testa o pó da viagem
Pediu uma pinga para o garçom
Que era pra rebater a friagem
Levantou um almofadinha, disse pro dono:
Não tenho fé
É quando um caboclo que não se enxerga num lugar desse vem pôr os pés
Senhor que é o dono da casa não deixe entrar um homem qualquer
Principalmente nessa ocasião
Que está presente o rei do café
Foi uma salva de palmas, gritaram “viva” pro fazendeiro
Que tem um milhão de pé-de-café por esse rico chão brasileiro
O seu nome é conhecido até no mercado “dos estrangeiro”
Portanto veja que esse ambiente
Não é pra qualquer tipo rampeiro
Num modo muito cortês respondeu o peão pra rapaziada:
Essa riqueza não me assusta, topo em aposta qualquer parada
Cada pé do seu café eu amarro um boi na minha boiada
Pra vocês todos isso eu garanto
Que ainda sobra boi na invernada
Foi um silêncio profundo,
O peão deixou o povo mais pasmado
Pagando a pinga com “mil cruzeiro”,
Disse ao garçom pra guardar o trocado
Quem quiser saber meu nome, que não se faça de arrogado
É só chegar lá em Andradina
E perguntar pelo rei do gado